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Palavras e Bytes

História, Política e Tecnologia by Pedro Pereira

Palavras e Bytes

História, Política e Tecnologia by Pedro Pereira

Downgrade da classe política

25.07.24, Pedro Pereira

Passaram-se 50 anos desde abril e parece que nada retivemos da criação da democracia. Dizia Maria João Avillez no podcast de Pedro Abrunhosa, "Assistimos a um downgrade da classe política.". É verdade, à muito (tempo) que não concordava a 100% com uma frase. Aos poucos a política Portuguesa tornou-se numa peça de teatro repetitiva, onde o palco foi substituído pela Assembleia da República, os atores substituídos por supostos Deputados e o espetáculo substituído pelos debates parlamentares.

Ao longo da curta história da democracia portuguesa foi apresentado ao país vários lideres cuja as diferenças ideológicas e de pensamento eram enormes, Álvaro Cunhal, Mário Soares, Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ribeiro Telles são apenas alguns nomes que dignificaram a democracia Portuguesa. A sua visão, competência, cooperação e ética de trabalho fizeram com que as suas diferenças fossem direcionadas para resolver questões de interesse público e não para criar peças de teatro que nem a cultura dignificam, quanto mais a Política.

Vejamos o panorama atual. Saúde não funciona, educação não funciona, justiça não funciona, as forças de autoridade não funcionam e o qual é a preocupação dos deputados? Criar inquéritos parlamentares e mais inquéritos parlamentares e fazer o papel de polícia judiciária. Desculpem, mas é inconcebível. Sim, o processo das gémeas é importante e tem de ser investigado, mas é pela polícia. Os reais problemas dos Portugueses não residem nos inquéritos, mas sim nos problemas acima mencionados.

Enquanto prevalecer a demagogia e os ataques fáceis os verdadeiros problemas não vão ser tratados como problemas, mas sim como guerras ideológicas e partidárias. Sejam éticos, honestos, competentes e respeitem as instituições públicas. 

 

 

90 anos de "Chico"

20.07.24, Pedro Pereira

Já venho tarde, mas nunca tarde demais.

Ontem faria 90 anos o homem que me fez apaixonar pela política assim como por Portugal. Viveu pouco, mas do pouco fez muito. Um profissional como poucos, um portuense como muitos. 

O então bem-sucedido jovem advogado entrou para os holofotes dos portugueses ainda no Estado Novo. A sua veia reformista e a constante insatisfação com o rumo de Portugal, levou-o a ingressar na "Ala Liberal". Nunca se conformou com o regime e ao verificar que as suas ideias eram desprezadas em pleno Parlamento, abandonou sem receios a sua missão.

Quando se deu a queda do regime criou juntamente com "outros" o partido PPD (atual PSD). Era conhecido pelo apreço aos valores cristãos por isso surpreendeu todos ao apresentar um Partido Social Democrata. Não era o melhor orador, mas a sua entrega à causa, o seu profissionalismo e a sua sinceridade levaram-no aos mais altos palcos da política Portuguesa. Competência, Integridade e Visão são os adjetivos que melhor se encaixavam no seu perfil.

Morrera cedo e de modo violento (como ele mesmo havia dito tempos antes), deixou um legado que infelizmente não perdurou. O reformismo que tanto falava ficou de lado e a honestidade Política foi desaparecendo aos poucos. Dele fica apenas a memória e a certeza, se o "Chico" fosse vivo Portugal seria muito diferente, mas muito melhor.

Ainda hoje é relembrado com saudade ! "Mataram Sá Carneiro !"

Obrigado e até sempre Francisco Sá Carneiro. 

 

 

 

 

A Doença do SNS...

18.07.24, Pedro Pereira

Desde 80s que o país acostumou-se à presença do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Há quem se lembre da sua criação, outros da sua implementação e outros assim como eu apenas da sua utilização. Uma obra desenhada pelo Dr. António Arnaut, um advogado, político e ex-ministro que dedicou a sua vida à criação, salvaguarda e preservação do SNS.

Todos podemos afirmar que o SNS é uma criação que em nada prejudicou os portugueses, pelo contrário, é um feito que nos podemos orgulhar com todo o nosso patriotismo. Ele nasceu sob alçada do governo liderado pela coligação PS e CDS, na qual o então Ministro de Estado dos Assuntos Sociais desenvolveu uma obra essencial à data.

A audácia que o então advogado demonstrou desde a criação do SNS, à sua implementação, até a sua preservação é digna da própria obra. Nunca teve medo de assumir o papel de advogado de defesa do SNS ao longo dos anos, nunca desistiu dele e procurava sempre dignificar a sua obra.

Passados cerca de 40 anos, assistimos à degradação veloz e constante do SNS a qual ninguém consegue parar. Os partidos políticos do sistema insistem na conservação do SNS, enquanto os mais recentes alavancam a ideia da necessidade de reformismo ou até mesmo da sua substituição por outros métodos.

Eu pessoalmente concordo com a ideia do reformismo. Assim como o Dr. Arnaut teve a audácia de criar um sistema de saúde nunca antes visto em Portugal, temos de ser nos neste momento a analisar o atual estado do SNS e ter a audácia de perceber que passados 40 anos, existe a necessidade de modernização e reforma. O SNS está doente e temos de o tratar antes que seja tarde de mais. 

O futuro dos EUA... O nosso futuro...

12.07.24, Pedro Pereira

Não é surpresa para ninguém que estamos a viver o período mais turbulento a nível político do séc XXI. Mais do que nunca a política externa alcançou novamente a importância que havia tido no séc XX. Se pensávamos que o mundo estava resolvido, estes últimos anos veio provar o contrário, os "velhos" (pensamentos) ainda cá perduram e assumem o poder mais letal. 

Um exemplo disso é os EUA que após alcançar a glória e o poder do mundo nos últimos 50 anos, vê-se agora perdidos na política interna e externa. 

Os EUA conseguiram durante décadas criar a imagem de poder ao mesmo tempo que alimentava a "terra dos sonhos", o problema é que ao longo destes anos vêm a provar do próprio veneno. Atualmente os EUA perderam todos os alicerces de importância no médio oriente, na ásia e agora perto de perder na Europa. Trump o candidato menos senil da dupla de candidatos, tem sido muito crítico na forma como a guerra da Ucrânia tem sido alimentada pelos Estados Unidos, assim como a forma que os países membros da NATO lidam com a falta de investimento, algo que já tinha avisado em 2018. Visionário? Não, foi mais realista.

A verdade é que o futuro dos EUA, da NATO e da UE revela-se cada vez mais preocupante assim como a administração de Biden que dia para dia está mais frágil. O nosso futuro depende de eleições entre dois "velhos", na qual a diferença reside na capacidade cognitiva. Por este motivo estará o Biden apto? Ou será Trump o próximo presidente.